Agencias de Saúde em áreas distintas do mundo estão a relatar aumento de casos de Pneumonia, afetando pacientes na faixa pediátrica, notadamente crianças a partir de 4 a 12 anos. Nestas observações nota-se aumento acima do esperado de pneumonias para a época do ano, ou seja, outono – inverno no hemisfério norte. Particularmente na Europa, como relatado na Dinamarca, o agente isolado foi o Mycoplasma pneumoniae, o qual é esperado que ocorresse de forma periódica, porem neste ano desponta com características de surto. Situação semelhante é reportada na China e na Coreia do Sul assim como nos Estados Unidos. Outros agentes também têm sido identificados, a maioria vírus, porem convém acentuar que nenhum agente desconhecido foi relatado.
O Mycoplasma Pneumonia é uma bactéria que causa infecção em geral leve a moderada porem em casos isolados pode levar a insuficiência respiratória grave. Tem manifestação clinica ampla podendo se manifestar em vários órgãos, e esta forma atípica, em relação à manifestação típica de pneumonia pneumocócica, levou a denominação de pneumonia atípica, hoje menos usada. A tosse pode ser severa e sintomas prolongando-se por duas semanas. As manifestações extrapulmonares podem ocorrer na pele com urticaria, eritema nodoso ou multiforme, manifestações neurológicas como encefalite e Síndrome de Guillain-Barre ou anemia hemolítica relacionada à crioaglutininas, artrites e raramente glomerulonefrites. O diagnostico diferencial inclui outras pneumonias também chamadas de atípicas como Legionella pneumoniae, Clamydophila pneumoniae, Bordetella pertussis entre outros.
O diagnostico do Mycoplasma é feito com a suspeita da síndrome clinica mais o esfregaço de orofaringe para realização de PCR, padrão ouro atualmente.
Mycoplasma pneumoniae responde bem a antibióticos do grupo de macrolideos e das tetraciclinas, assim quinolonas, este ultimo grupo contraindicado em crianças.